Quando colocou Robert Downey Jr. como Homem de Ferro, a Marvel Studios apostou em um personagem pouco conhecido do público geral e em um rosto desaparecido dos grandes filmes. A receita retorna em doses maiores com Guardiões da Galáxia. Antes relegada ao segundo escalão na Casa das Ideias, a equipe protagoniza uma superprodução com espírito adolescente: irresponsável e empolgado na mesma medida.
Durante as duas horas de duração, que passam imperceptíveis, não há economia alguma na quantidade de piadas e referências a clássicos dos anos 1980, seja na música ou no cinema. O clima nostálgico também aparece na maquiagem realista das criaturas e no design de produção, que não exagera na computação gráfica apesar do filme possuir dois protagonistas feitos 100% pelo computador: a árvore falante Groot (Vin Diesel) e o guaxinim Rocket (Bradley Cooper).
A dupla é responsável pelo carisma e por boa parte do sucesso da equipe. Com uma química inspirada em Han Solo e Chewbacca, ambos equilibram a malandragem de Peter Quill (Chris Pratt) e a brutalidade de Gamora (Zoe Saldana) e Drax (Dave Bautista). Conseguir dar espaço para os cinco e definir suas personalidades sem exageros é o maior trunfo do diretor James Gunn, que também acerta nas cenas de perseguição espacial - outro quesito que remete a uma inevitável comparação a Star Wars.
Por hora, não há porquê colocar essas duas franquias no mesmo patamar. São marcas distintas, criadas em épocas e contextos diferentes. No entanto, é difícil sentir o clima aventuresco e desbravador de Guardiões da Galáxia e não lembrar de Luke e Cia. Esse e outros pontos do filme serão abordados na crítica completa, a ser publicada no dia 31 de julho, data da estreia oficial no Brasil.
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