Durante uma visita ao set, ator comentou experiências de viver o personagem
“Sua carreira acabou”, ouviu Paul Bettany de um nervoso produtor durante uma reunião. O ator, conhecido por Coração de Cavaleiro, Uma Mente Brilhante, O Código Da Vinci e a voz de J.A.R.V.I.S. desde Homem de Ferro, saiu da sala abatido, amargando a má fase da sua carreira em Hollywood. Segundos depois, recebeu uma ligação transformadora. Era Joss Whedon, oferecendo o papel de Visão em Vingadores: Era de Ultron.
Sua interpretação do clássico herói da Casa das Ideias foi apontada como um dos pontos altos do segundo filme dos Vingadores, com Bettany deixando o quase anonimato do trabalho de voz feito na Marvel até então para dar personalidade ao androide, criado no cinema por uma mistura da Pedra da Mente, dos poderes de Thor e da tecnologia desenvolvida por Tony Stark.
Para tanto, o ator precisou deixar algumas facilidades do seu personagem anterior, quando “entrava em uma sala no final da produção, resolvia coisas que não podiam ser feitas em CGI, sendo amado por todos e saindo com um grande saco de dinheiro”. Retornando ao papel em Capitão América: Guerra Civil, Bettany conta que o complexo processo de maquiagem foi reduzido para duas horas. “Inicialmente, a transformação foi um choque, mas foi gradual. Fizemos muitos testes de maquiagem desde Era de Ultron, então foi algo que fiz acontecendo aos poucos”.
Além das próteses de cor avermelhada no rosto, pescoço e braços, o ator usa uma “armadura”, que conta com um sistema de resfriamento, com tubos conduzindo água fria, para que possa permanecer mais tempo na roupa. “É difícil, mas estou recebendo muito dinheiro para ficar desconfortável”, brinca. Além do visual, os poderes de Visão criam outros desafios, como ficar pendurado por horas para simular poderes como levitação e voo. Bettany, porém, não considera isso um problema: “Sinto-me confortável assim, o mais confortável que alguém pode se sentir ao ficar pendurado pelos testículos”.
A dificuldade estaria nas cenas de ação: “É trabalhoso e quase sempre chato, pois você faz apenas trechos. É uma mistura de chato e assustador fazer cenas de ação e de lutas. É a união de duas coisas muito ruins, pois você precisa se afastar e ao mesmo tempo fazer movimentos elaborados em um espaço limitado, demora eternamente para captar as imagens e se você não se concentrar pode acabar se machucando”.
Apesar da demonstração de habilidades, o ator garante que Visão vai desenvolver algo ainda mais complexo em Guerra Civil: “Acredito que ele tem como objetivo de entender a humanidade e se tornar mais humano, pois é a única forma de garantir a lealdade dele, com ele entendendo o que o amor é. A lógica não dá muito espaço para a lealdade. Novas informações podem vir e, sem amor, você pode simplesmente mudar de lado. Enquanto isso, o amor destrói qualquer argumento lógico. Ele está muito disposto a descobrir o que é isso. Isso é algo fascinante de se imaginar”.
Visão trouxe novas possibilidades para os Vingadores e para Bettany, que agora se sente parte integral do Universo Cinematográfico da Marvel: “A vantagem se ser parte do time no set é óbvia. Você tem a oportunidade de trabalhar com pessoas fantásticas, todos estão se divertindo, todos estão felizes e todos estão sendo bem pagos para isso (...). É uma das belas coisas sobre o meu trabalho, você passa dias e dias com pessoas que são espertas, engraçadas e criativas e se passar dias suficientes assim, você pode ter uma vida adorável”.
Capitão América: Guerra Civil estreia no Brasil nesta quinta, 28 de abril.
Nenhum comentário:
Postar um comentário