terça-feira, 1 de novembro de 2016

Doutor Estranho | Benedict Cumberbatch conta como foi a preparação para viver o personagem

Treinamento incluía Ioga, kung-fu e levantamento de Capa da Levitação



É a maior viagem. Esta é, inevitavelmente, a primeira reação quando se vê Doutor Estranho, a partir de quarta-feira nos cinemas, uma produção pensada como um marco da nova fase de filmes produzidos pela Marvel em parceria com a Disney. A história do neurocirurgião cheio de si que descobre os segredos da magia no Nepal depois que um terrível acidente de carro vira sua vida de cabeça para baixo, traz para as narrativas de super-heróis elementos investigados apenas de leve na franquia Thor, como universos paralelos e dimensões alternativas. E com um ator quase tão inusitado quanto o personagem que encarna: o inglês Benedict Cumberbatch, mais associado a filmes “sérios”, como O Jogo da Imitação, a cinebiografia do matemático Alan Turing que lhe rendeu uma indicação ao Oscar no ano passado.

“É engraçado como os fãs, desde o início, diziam que eu tinha de viver o Stephen Strange, o que me honra muitíssimo. Quando coloquei pela primeira vez a Capa da Levitação, parecia um menino no Halloween, rindo sozinho, feito bobo”, diz o ator, ao lado do produtor, e presidente da Marvel, Kevin Feige, do diretor Scott Derrickson e dos colegas de elenco Rachel McAdams (a ex-namorada Christine Palmer), Tilda Swinton (a misteriosa Anciã), Chiwetel Ejiofor (o mago Mordo), Benedict Wong (o mago Wong) e Mads Mikkelsen (o vilão Kaecilius), em conversa com a imprensa em um hotel de Los Angeles.

Uma história de origem, Doutor Estranho bebe diretamente dos primeiros quadrinhos produzidos por Stan Lee e Steve Ditko na primeira metade dos anos 60 e conta a história do médico inteligente, arrogante e workaholic que não tem tempo para se relacionar com mulheres ou amigos. “Mas, ao contrário Sherlock Holmes que vivo na série da BBC, Strange tem charme e é até um sujeito divertido, é um homem do mundo que, por conta de uma tragédia, vai descobrir algo fundamental: com o conhecimento mágico vêm também grandes responsabilidades”, diz, brincando com a frase-chavão de outro personagem criado pela dupla Lee e Ditko, o Homem-Aranha.

Um super-herói mais maduro, o Doutor Estranho vai parar no Nepal em busca da recuperação de suas mãos – fundamentais para o exercício de sua profissão – depois de ser desenganado por colegas médicos. Lá ele encontra o templo de Kamar-Taj, um santuário em que vivem a Anciã, uma personagem sem idade definida e que se torna mentora para aquele que virá a ser o mais poderoso dos magos do planeta.

Sabedoria e encantamentos se mesclam no filme com lutas épicas e a preparação física do ator de 40 anos foi intensa. A magia que vem dos movimentos rápidos com as mãos, tal qual apresentados nos quadrinhos, e as lutas marciais, exigiram meses de dedicação. “Na verdade, a preparação não foi apenas para as cenas de lutas, mas até para carregar a Capa da Levitação, que era pesadíssima. Fazia ioga diariamente, aprendi um punhado de coreografias, e pratiquei muito kung-fu com Mads [Mikkelsen], o que foi sensacional, pois ele foi ao mesmo tempo páreo duro e um querido, delicadíssimo no tatame”, diz.

Cumberbatch diz não temer uma maior atenção do público depois de fazer seu primeiro super-herói no cinema, que, aliás, já tem data para voltar à tela grande: em 2018, no novo filme dos Vingadores. No fim de Doutor Estranho, aliás, lê-se claramente que “o mago voltará”: “As pessoas ficam me dizendo o tempo todo que minha vida vai ficar ainda mais insana depois de Doutor Estranho. Pois bem, se isso se traduzir em o filme ir bem nos cinemas e eu voltar a vivê-lo em mais uma aventura solo, além dos Vingadores, pode escrever aí que estou dentro”.

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