Diretor italiano ajudou a consolidar o movimento do Cinema Marginal
O diretor italiano radicado no Brasil Andrea Tonacci morreu aos 72 anos, na última sexta-feira (16), em São Paulo. Tonacci lutava contra um câncer no pâncreas, diagnosticado em maio.
Ao lado de Carlos Reichenbach, Rogério Sganzerla e Ozualdo Candeias, com quem ajudou a consolidar o movimento do Cinema Marginal, foi um dos maiores cineastas brasileiros. Filmes seus como Bang Bang (1970) e Serras da Desordem (2006) estão entre as obras fundamentais do cinema nacional.
Tonacci nasceu em Roma, na Itália, em 1944 e migrou para o Brasil com nove anos de idade. Tentou formar-se em arquitetura e engenharia, mas largou a faculdade quando decidiu trabalhar com cinema.
Seu primeiro curta, Olho por Olho (1965), mostra jovens dirigindo pelas ruas de São Paulo e conversando sobre assuntos diversos. Já em 1970, Bang Bang se tornou um marco do cinema marginal, que despontou sob a censura da Ditadura Militar e serviu de contraponto ao Cinema Novo.
No fim da década de 1970, voltou seu olhar para a cultura indígena, com filmes como Guaranis do Espírito Santo (1979), Os Araras (1980) e Conversas no Maranhão (1977-83).
Foi abordando os dramas da população indígena que Tonacci realizou Serras da Desordem, um longa que conta a história de um sobrevivente do massacre da tribo Awa-Guajá, na Amazônia. O longa foi premiado no Festival de Gramado, levando nas categorias melhor filme, melhor diretor e melhor fotografia.
Seu último longa, Já Visto Jamais Visto (2014), revisita o próprio passado do cineasta, com gravações de viagens de família e bastidores da produção de seus longas.
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