sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Logan | "Foi só com esse filme que eu cheguei ao coração do Wolverine", revela Hugh Jackman

Coletiva do ator foi o evento mais disputado e tumultuado do Festival de Berlim



Berço para a estreia internacional de Logan, a terceira (e última) aventura solo de Wolverine (até que o mercado exibidor exija o contrário), o Festival de Berlim viveu os momentos mais agitados de sua 67ª edição, que chega ao fim neste sábado (18), durante a passagem de Hugh Jackman por seu centro nervoso: a Berlinale Palast. Um enxame de fotógrafos e de repórteres – como não se viu até agora no evento – fez barricada na sala de entrevistas do evento para poder conseguir um segundo de atenção do ator australiano, que definiu o longa-metragem dirigido por James Mangold como o ponto crucial de sua jornada de 17 anos usando o esqueleto de adamantium do carcaju mais amado das HQs. A estreia no Brasil será no dia 1º de março.

“São 17 anos no personagem, mas se alguém me perguntasse o que deveria ver da franquia para poder entedê-lo, eu diria que essa pessoa deveria ir diretamente para Logan, pois foi só com este filme que eu cheguei ao coração de Wolverine. E é muito bom chegar a esta produção sem que ela carregue o estigma de ‘filme de gênero’ ou de ser mais um filme de super-herói. Esta história sobre a formação de uma família é uma carta de amor aos fãs de Wolverine”, disse Jackman, ao lado de Magold, que acabou sendo a voz mais onipresente, para defender escolhas estéticas do filme, tendo ainda os produtores e o ator Patrick Stewart, o eterno Professor Xavier, ao seu lado.

Veio de Mangold a confirmação de que o projeto usa a série de HQ's Old Man Logan como matéria-prima para o réquiem da franquia Wolverine, que termina com dois pés fincados no realismo. Ao longo de 2h15m, a trama, que se passa num futuro próximo, mostra um grisalho Logan, numa realidade onde os mutantes desapareceram, sendo ele, Xavier e Caliban (Stephan Merchant) os últimos conhecidos. Aposentado da ação, o ex-herói ganha a vida como motorista. Mas, entre suas missões, ele precisa conduzir uma menina misteriosa, Laura (Dafne Keen, que estava no Berlinale Palast, quietinha, num canto do salão), a um lugar chamado Éden. Ela tem garras como as de Wolverine e, no tal Éden, ela poderá sobreviver à perseguição empreendida pelo mercenário Donald Pierce (Boyd Holbrook, de Narcos).

“Grandes histórias iluminam nossa percepção do mundo e o enredo que James (o diretor) me apresentou aqui é uma história sobre pessoas que precisam ficar juntas. Isso merece ser contado não importa em que formato seja: poderia ser como terror, como comédia ou como filme de super-herói”, explica Jackman, que encara perigos dos mais letais na pele do velho Logan, numa narrativa de ritmo de ação febril, feita nos moldes da estética seca do cinema autoral americano dos anos 1970, sobretudo a do diretor Sam Peckinpah em Os Implacáveis (1972).

Tem também um quêzinho de Stranger Things na fuga de Logan para proteger Laura de Pierce, numa trama calçada de metalinguagem, ao mostrar HQ's na tela várias vezes. “Pensamos muito no filme de Client Eastwood Os Imperdoáveis na concepção do roteiro, com menção específica à figura do pistoleiro vivido por Richard Harris, que tem sua história narrada por um escritor”, explicou Mangold. “Conversei com Hugh e com nossos parceiros sobre o fato de que os feitos dos X-Men, naquele mundo de ficção, seriam tão conhecidos que alguém falaria deles. Haveria mídia em torno deles. Por isso, seria normal que eles virassem personagens de quadrinhos”.      

Ao fim da coletiva, o ator e a equipe tiveram a saída apressada pela produção do longa, no momento em que uma multidão de fãs se posicionava próxima à saída, ostentando fotos e cartazes da franquia X-Men, desesperada por um autógrafo de Jackman.

E assim o Festival de Berlim 2017 encaminha para o seu desfecho, com uma projeção da versão 3D de Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final e a com a gala de Logan. Neste sábado serão conhecidos os ganhadores do Urso de Ouro, com chances fortes de um prêmio de melhor ator para o paulista Julio Machado pelo concorrente brasileiro, Joaquim.

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