segunda-feira, 19 de junho de 2017

A Tartaruga Vermelha | Diretor de animação elogiada virá ao Brasil para o Anima Mundi

Holandês Michael Dudok de Wit já venceu o Oscar por Father and Daughter



Dono de uma verve ecológica militante na defesa dos animais, exposta em cores lúdicas em seu aclamado A Tartaruga Vermelha, o diretor holandês Michael Dudok de Wit virá ao Brasil em julho como convidado de honra do Anima Mundi. A edição dos 25 anos do mais prestigiado festival de animação da América Latina vai de 18 a 23 de julho em salas do Centro do Rio e de 26 a 30 de julho em São Paulo. Dudok vem exibir e comentar alguns de seus filmes mais premiados, como o curta Father and Daughter, pelo qual ele ganhou o Oscar no início dos anos 2000.

"Tenho enorme admiração pelo Brasil, pelas lutas políticas de vocês, e por tudo o que o Anima Mundi faz pela indústria de cineastas latino-americanos que encontra na animação um veio de se expressar. O festival já me namora há anos e é hora de ir", disse Dudok no Festival de San Sebastián, no fim de 2016. "Fico surpreso de ver pessoas de culturas tão distantes da minha terem interesse pelo cinema que eu faço: um cinema de silêncios, de contemplação, de gestos intimistas".

Na programação do Anima Mundi, Dudok bate papo com o público no dia 22/7, às 22h, no Odeon, no RJ; e dia 28/7, às 20h, no Cine Belas Artes, em SP. No evento, o cineasta vai expor os bastidores de A Tartaruga Vermelha, que tirou do papel com a ajuda técnica e financeira do Estúdio Ghibli (A Viagem de Chihiro). A produção ganhou o prêmio especial do júri em Cannes.

"Esse é um filme sobre a harmonia com a Natureza e sobre o estupro moral que é agredir animais", disse Dudok.

Do que há de mais quente no cardápio do Anima Mundi deste ano, a fervura máxima tem CEP hispano-americano. Ave rara no que diz respeito a longas-metragens animados, a Venezuela tem um exemplar do formato, com 76 minutos de tintas políticas e abordagem infantojuvenil: Pequeños Heroes, que entrou no recém-encerrado Festival de Annecy, na França (o maior do mundo). A direção é de Juan Pablo Buscarini (um dos produtores do sucesso de bilheteria Um Conto Chinês), que narra as peripécias de três crianças que auxiliam o libertador Simon Bolívar em sua luta. Também fala espanhol El Hombre Más Chiquito Del Mundo, de Juan Pablo Zaramella, o mais cultuado dos animadores argentinos. Zaramella também entra no pacote de filmes da maratona animada brasileira com Ónion.

Do Uruguai, o Anima Mundi traz o badalado curta Irma, de Alejo Schettini e Germán Tejeira. Do México chega Poliangular, de Alexandra Castellanos. Ainda sobre latinos, o Brasil entra em campo com filmes esperados como Sob o Véu da Vida Oceânica, de Quico Meirelles; Mundo de Wander, de Lisandro Santos; Drop in the Bucket, de Rodrigo Gava; e Brinquedo Novo, de Rogério Boechat.

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