Como a história dos mutantes pode ser impactada de agora em diante
[O texto abaixo contém spoilers sobre Deadpool 2]
O primeiro filme de Deadpool chegou aos cinemas como uma grande aposta da Fox. Com o orçamento pequeno de US$ 58 milhões, o longa arrecadou US$ 783 milhões no mundo, foi elogiado por fãs e críticos e se tornou um dos destaques do estúdio. Logo, não será nenhuma surpresa se a franquia do mercenário se tornar uma mudança de rumo dos X-Men no cinema.
Apesar de queridos pelos fãs, os filmes dos mutantes sempre tiveram problemas: enquanto X-Men 1 e 2 recebem elogios até hoje, quase duas décadas após suas estreias, o mesmo não pode ser dito de O Confronto Final (2006) e X-Men Origens: Wolverine. Outra grande questão da franquia é sua linha do tempo, que ficou confusa após o lançamento de X-Men: Primeira Classe (2011). Nem mesmo a viagem no tempo de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014) foi suficiente para organizar tudo e essa bagunça é motivo de piada entre os fãs de cinema.
Porém, enquanto os filmes de X-Men enfrentam esses problemas fora das telas e tratam de assuntos profundos dentro delas, o sucesso de Deadpool abre portas para que a Fox faça longas mais descompromissados com os personagens. Embora os mutantes tenham uma discussão profunda, esses temas já foram desenvolvidos na primeira trilogia. Como o próprio Deadpool 2 mostra com o personagem Russell, há meios de continuar falando sobre isso, porém com uma clima mais leve e piadas que tornem os mutantes cada vez mais relacionáveis com o público.
O primeiro passo em direção a isso é o longa da X-Force, que pode se tornar o “Guardiões da Galáxia da Fox” ao apresentar um grupo diferente e com potenciais narrativos novos. Em uma entrevista recente, por exemplo, o roteirista Rhett Reese classificou a equipe como “muito mais flexíveis moralmente do que os X-Men. Eles podem sujar as mãos um pouco”. Assim, será possível ver os mutantes em missões secretas, por exemplo, utilizando seus poderes de forma inédita. Tudo isso sem comprometer os arcos mais sérios em outras produções.
Há também muito o que explorar em personagens novos apresentados em Deadpool 2, como Cable e Dominó. No caso do primeiro, seus poderes mutantes ficaram em segundo plano agora, mas os roteiristas esperam que isso seja explorado no futuro e no longa da equipe. Já a Dominó, interpretada por Zazie Beetz, é uma das heroínas mais carismáticas mostradas recentemente, com mais desenvolvimento de seu passado e seus poderes, ela tem tudo para fazer ainda mais sucesso com o público.
Como a Marvel entra nessa história?
Desde que a Disney anunciou a compra da Fox, há uma grande expectativa para o encontro de vários personagens da Marvel nas telas. Quando se trata do universo mutante, algumas mudanças já começaram a ser feitas: Novos Mutantes e X-Men: Fênix Negra ganharam novas datas de lançamento e passaram por refilmagens para mudar alguns pontos. Ninguém pode se pronunciar oficialmente até a negociação ser finalizada, mas a grande aposta é que essas novas cenas vão começar as ligações entre os X-Men, Vingadores e - por que não? - o próprio Deadpool.
Para manter a individualidade do personagem, que funciona muito bem em seu próprio universo, a Disney pode apostar em participações e easter eggs do mercenário em suas franquias principais, entregando os momentos de fan services que o público espera, sem comprometer a liberdade do personagem nas telas. Por exemplo, se X-Force funcionar, Deadpool pode aparecer também em outras equipes de mutantes, ajudando na história (ou atrapalhando), sem estar necessariamente no filme todo. Essa escolha também seria interessante para não causar um esgotamento no público, o que pode acontecer com o uso exagerado do personagem e suas piadas.
Seja qual for o caminho escolhido pelo estúdio, não há dúvidas do quanto Deadpool contribuiu para uma renovação do gênero de super-heróis nos cinemas. Se todo esse potencial for utilizado da forma certa no universo X-Men, o resultado será ainda mais sucesso nas bilheterias e diversão para os fãs. Todos saem ganhando.
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